
Sobre
Olá, eu sou a Rita Marques. Nasci em Lisboa e vim ao mundo para comunicar. Diz quem me conhece, a “sina” e a borboleta interior. Licenciei-me em Comunicação Social e fui jornalista durante 20 anos. Vivi em Espanha, em Angola e no Canadá. Conheci o Portugal esquecido e o famoso.
Após 10 anos a trabalhar como editora executiva, hoje dedico-me a dar todas as ferramentas e conhecimento que aprendi a quem quer expressar-se melhor, transmitir a sua mensagem aos outros através de duas paixões: as palavras e a criatividade. Apoio o storymaker de pessoas e projectos que valorizem o honesto, simples, humano, sustentável. Sem segredos ou passwords. O que sei, é para ti também.


Desembaracei
as minhas raízes e plantei-me
de novo na terra onde nasci
A culpa é do macaco.
A minha infância cheira a mar, à serra de Sintra, outra vez a mar, à Beira Baixa e aos queijos
e enchidos da minha avó à nossa espera na cozinha velha, com as lamparinas de azeite a iluminarem
a noite quando chegávamos à aldeia vindos
de Lisboa. E cheira a dança, às festas que os meus pais e tios organizavam para toda a família.
Sou a caçula de uma catrefada de primos, aqueles que nasceram dos 10 filhos dos meus avós maternos. Mas sou principalmente o cheiro dos livros que enchiam o meu quarto, mesmo antes de saber ler,
e a memória que tenho da minha irmã e de mim, sentadas no chão, a ouvir as histórias reais do nosso pai, contadas por ele tal como narrava um conto infantil. Eram as minhas preferidas. Em vez das típicas ilustrações, mostrava as cartas e fotografias
do Ultramar.
Especialmente as do seu macaco, adoptado e sempre empoleirado no ombro paterno que vivia uma guerra. Foi ao olhar para aquele macaco que tracei o meu destino. Ou seria o destino a traçar-me
a mim? Crónicas, natureza, pessoas, viagens, lutas
e porquês germinaram no meu planeta interior. Assim tornei-me ouvinte e contadora de histórias.
E nunca mais deixei de o ser.
Por isso é que eu, que nem sou Maria, ouvia isto vezes sem conta: “És a Maria dos Porquês!”. Na verdade, acho que o maldito bicho do jornalismo esteve sempre dentro de mim. E quando entrei na juventude, aumentaram os porquês. A eles juntaram-se os quem, quê, quando, onde e como ao chegar a faculdade e o curso de Comunicação Social. A gigante curiosidade fez-me sair de Portugal aos 20 anos. Escolhi Sevilha. Amadureci. Tal como a Sra. Responsabilidade e a Sra. Liberdade. Entrevistei refugiados, vivi mundo! Voltei. Fiz-me jornalista. Escrevi e revelei centenas de histórias em jornais e revistas.
Parei. E fui conhecer outras narrativas, ao trabalhar numa prisão. Voltei ao jornalismo. E voltei a emigrar. Angola e depois Canadá. Dois mundos opostos, mais porquês e mais histórias.
Ao entrar nos 30, a palavra saudade tomou conta de mim. Desembaracei as minhas raízes e plantei-me de novo na terra onde nasci. Abandonei a vida de freelancer e regressei à redacção — sempre a da Imprensa —, mas agora como editora e chefe
de redacção. Conciliámos o papel ao online. Geri tempo, pessoas e a harmonia que deve existir entre a linha editorial, a imagem e o design. Perdi a conta às experiências e histórias de anónimos e famosos que editei. E quando finalmente parei para ver, a minha vida estava cheia de crónicas, como sonhava em miúda.Por esta altura, comecei a sentir-me uma sábia árvore de casca grossa. Sim, foi quando chegaram os 40. E como o planeta, que precisa de estar sempre a girar e a regenerar-se, eu também não sei estar quieta. Foi assim que de editora executiva, passei a criadora de conteúdos, editora e mentora de sonhos e projectos de pessoas e marcas. Um autêntico… planeta escrito! Hoje, trabalho para apoiar quem valoriza um estilo de vida mais sustentável, minimalista e em equilíbrio com a natureza, ajudar na auto-expressão e na comunicação escrita de narrativas bonitas, simples e com propósito. Porque por trás de uma história, há sempre alguma história.